sexta-feira, junho 23, 2006
Armstrong afirma que se dopava antes do câncer, diz jornal
Em 28 de outubro de 1996, um médico do Hospital Universitário de Indianápolis, nos Estados Unidos, onde Armstrong foi submetido a uma operação no cérebro devido a uma metástase do câncer nos testículos, perguntou ao ciclista se ele consumira produtos dopantes, a fim de preparar seu protocolo médico pós-operatório.
Armstrong respondeu afirmativamente e disse que tinha consumido "EPO, hormônios de crescimento, cortisona, esteróides e testosterona".
As revelações do Le Monde estão baseadas no testemunho dado em 17 de janeiro passado, sob juramento, por Betsy Andreu, mulher do ex-companheiro de equipe e melhor amigo de Armstrong, Frankie Andreu.
"O médico começou a fazer perguntas banais a ele e, de repente, mandou: tomou produtos dopantes? Ele respondeu que sim. Ele perguntou quais e Lance respondeu: EPO, hormônios do crescimento, cortisona, esteróides e testosterona", explicou Betsy Andreu ao tribunal de Dallas. Frankie Andreu reiterou as declarações feitas por sua mulher.
"Não sei como o doutor fez a pergunta, mas a resposta foi que ele tinha tomado EPO, testosterona...", disse.
Essas declarações foram feitas dentro de um procedimento judicial de arbitragem iniciado por Lance Armstrong contra a companhia de seguros SCA Promotions que se nega a pagar-lhe um prêmio de US$ 5 milhões por sua vitória na Volta da França de 2004, ao considerar que existem fundadas suspeitas de doping.
A empresa seguradora está especializada na cobertura de riscos ligados à realização de façanhas esportivas.
Sem chegar a falar profundamente sobre o fundo da questão, o tribunal deu razão a Armstrong, já que avalia que a seguradora deveria ter entregado o prêmio a ele antes de questioná-lo por suspeita de doping, já que as autoridades esportivas não duvidaram da vitória do americano no Tour de 2004.