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quinta-feira, novembro 09, 2006

Santo Feltrin volta ao Brasil e conta sobre sua aventura no Teto do Mundo

Grande nome da motovelocidade dos anos 80, Santo Feltrin Neto virou sinônimo de força de vontade após ter sua carreira interrompida por um grave acidente de trânsito, passar um tempo com seqüelas e mesmo assim conseguir voltar às competições. Em busca de novos desafios, o paulista de 46 anos iniciou em outubro uma viagem de bike pelo Himalaia, até o acampamento base do Everest. Faltando 35 quilômetros para chegar, Feltrin passou mal, desmaiou e foi obrigado a desistir da viagem.

Mesmo assim, voltou com um balanço positivo sobre a experiência. “Explorei o corpo ao máximo. Entrei dentro de mim mesmo e busquei a energia possível e impossível, calma e paciência. A cada dia que passou estava mais desgastado”, comenta Santo.

No início do ano, o brasileiro realizou a travessia dos Andes de bicicleta, que foi o ponta-pé inicial para a aventura no “Teto do Mundo”, como é conhecida a região do Nepal. “Quando fiz a travessia dos Andes, conheci dois americanos. No começo do ano, eles me mandaram um e-mail falando de uma expedição que estava sendo montada, com travessia pelo Nepal, de bicicleta. Me interessei, comecei a ir atrás e peguei informações. Resolvi fazer, mas os dois americanos não puderam ir”, explica Feltrin.

Ele deixou a loja de motos por conta dos sócios e partiu sozinho para a aventura. “Um amigo brasileiro, que também tinha feito a travessia dos Andes, iria comigo mas, um mês antes acabou desistindo. Acabei indo sozinho. O fato de ser uma aventura, conhecer um local diferente, o acampamento base do Everest, me chamou muito a atenção pelo desafio.”

Adaptação - A região gelada não intimidou Feltrin, mas problemas com os vôos e atrasos fizeram com que ele não tivesse tempo necessário para se adaptar corretamente à altitude da região. “Nunca imaginei que a altitude fosse uma alteração tão grande. Cheguei e, no dia seguinte, comecei a pedalar. Perdi os cinco dias de adaptação”, comenta.

O resultado da falta de adaptação foram fortes dores de cabeça: “nos quatro primeiros dias tive muita dor de cabeça. A noite era uma coisa impressionante. Quando estava pedalando, aumentava a circulação e melhorava. Mas quando parava, ela vinha que não tinha jeito. Me incomodava muito.”

A cinco mil metros, a quantidade de oxigênio é 50% menor do que ao nível do mar. Em uma atividade física que demanda muito oxigênio, como a pedalada, essa diminuição de oxigênio faz muita diferença. Feltrin tomava cerca de seis litros de água por dia para se hidratar. “Não escorre suor pelo rosto, mas a roupa está toda molhada por baixo. Teve uma passagem que estava a -17ºC e com sol. Na barraca, teve dia que chegou a -11ºC”, lembra.

Fonte: Webventure



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